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O ex-presidente Jair Bolsonaro prestou depoimento à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) no processo envolvendo os réus do "núcleo 1" da tentativa de golpe ocorrida no Brasil em 2022. O interrogatório foi conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal do caso.
Logo no início, o político foi perguntado sobre os fundamentos da acusação que fez apontando fraude nas eleições e nas urnas eletrônicas.
"Eu fiquei 2 anos como vereador e 28 como parlamentar. A minha retórica sempre foi parecida com isso. A questão da desconfiança, suspeição ou crítica às urnas não é algo privativo meu", disse Bolsonaro. O ex-presidente também recorreu de declarações antigas de autoridades públicas questionando a qualidade das urnas eletrônicas.
Diante de Moraes, Bolsonaro reafirmou sua defesa pelo "voto impresso" e criticou a condução do processo eleitoral, alegando que teve diversas ações de campanha barrados pela Justiça Eleitoral. "O outro lado podia tudo", acusou.
O político disse que sua intenção sempre foi "alertar" sobre as vulnerabilidades do voto eletrônico e argumentou que desde 2012 defende o voto impresso.
Ele também negou qualquer acusação sobre tentativa de golpe de estado. "Nunca me viram em nenhum momento agir contra a constituição. [....] Eu joguei dentro das quatro linhas e fiz aquilo que tinha que ser feito", assinalou o ex-presidente.
Questionado por Moraes sobre ter falado que ele e os ministros do TSE estariam levando vantagem financeira nas eleições, Bolsonaro pediu desculpas e disse que, de fato, não havia indícios desse caso.
Ainda sobre o processo eleitoral, o ex-presidente negou saber de uma operação da PRF que tentou evitar que eleitores de Lula (PT) fossem votar. Ele só disse que "ficou sabendo depois" que todos conseguiram votar.
Questionado por Moraes sobre reunião com seu então assessor, Felipe Martins, para tratar de minuta, Bolsonaro confirmou que teve tratativas, mas que não seria uma "minuta do mal" e que eles "trataram de GLO (Garantia de Lei e Ordem) e possibilidades dentro da Constituição".
"Quando se fala de minuta, dá a se entender que é uma minuta do mal. Eu refuto qualquer possibilidade de falar de minuta de golpe, ou uma minuta que não esteja enquadrada dentro da Constituição brasileira", afirmou Bolsonaro.
Ainda durante as respostas sobre a reunião que tratou da suposta minuta do golpe, Bolsonaro disse que sabia que "já não tinha mais nada pra fazer" e que não subiu a rampa para passar a faixa presidencial ao presidente Lula "para não se submeter à maior vaia da história do Brasil".
"Eu não ia me submeter a passar a faixa para esse atual mandatária que está", disse Bolsonaro. Ele ainda declarou: "Tivemos que entubar o resultado das eleições".
No interrogatório, Bolsonaro pediu licença para "fazer uma brincadeira". “O senhor quem sabe… Eu perguntaria aos seus advogados antes”, respondeu Moraes.
Logo em seguida, o ex-presidente, em tom de brincadeira, Bolsonaro o convidou para ser seu vice em 2026. “Eu declino ”, concluiu Moraes.
Atualmente, Bolsonaro está inelegível. Ele foi condenado pelo STF em 2023 por abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação.
No STF, Bolsonaro disse, sobre seus anos de governo, que "é um inferno aquela vida".
"Conseguimos superar uma pandemia, uma guerra na lá fora, uma catástrofe de Brumadinho... Não foi fácil. Quando se fala em presidência da República, eu dei um 'pulinho' quando soube, mas depois caí na realidade. Dei o melhor de mim, minha família sofreu muito", comentou Bolsonaro.
Bolsonaro disse que nunca foi até os acampados, e que só ficava sabendo dos atos por meio das redes sociais.
Bolsonaro ainda disse que "não quer ser condenado": "Não gostaria de ser condenado, até porque considero que nada que fui acusado procede. Peço a deus que ilumine todos os senhores, e parabéns ao nosso país".