'Cadastrei até 40 pessoas por dia. Importante era a assinatura'; ex-funcionária revela fraude no INSS no CE
Publicada em 08/05/25 às 10:31h - 15 visualizações
por DN
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(Foto: osé Cruz/Agência Brasil)
Pagamentos de comissões e contratos alterados. Por trás da fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do enriquecimento dos donos das associações, centenas de 'gerentes comerciais' eram responsáveis por planilhas, onde contabilizavam 'novas vítimas' e o que ganhavam com a assinatura de cada uma delas.
O Diário do Nordeste conversou com uma ex-funcionária da Associação de Aposentados e Pensionistas Nacional (AAPEN), antiga Associação Brasileira de Apoio aos Aposentados, Pensionistas e Servidores Públicos (ABSP), que está na lista das entidades investigadas pela Polícia Federal e Controladoria Geral da União (CGU). A mulher, de identidade preservada, confessa que na época (de 2017 a 2019) entendia a ilegalidade do serviço.
"Eu já cheguei a cadastrar 36, 40 pessoas, por dia. O importante era captar a assinatura. Tinha propina para o INSS, para os corretores e também nos cartórios para poder abrir as firmas. Era todo um esquema", detalha a ex-funcionária.
A advogada Cecília Rodrigues Mota, uma das investigadas pela fraude, já era a presidente da ABSP em 2017. Ao lado de Cecília, estava o empresário Natjo de Lima Pinheiro, que na época ficava à frente de outras associações e montou uma clínica de serviços de saúde para 'lavar dinheiro', segundo a Justiça Federal e corroborado pela ex-funcionária. As defesas deles não foram localizadas pela reportagem.
"O Natjo tinha outras associações. Quando eu entrei ele não tinha ainda convênio com o INSS, a gente tinha que levantar os contratos e ajudei nesse processo. Como acontecia? Como ele já tinha associação do Estado e muitas pessoas quem tem aposentadoria do Estado também tinham no INSS, ele pegava o número do benefício. O extrato do INSS de tudo que as pessoas faziam, de todos os descontos, a promessa da associação era que a pessoa se associava, pagava uma taxa de 1% do benefício. Com esse 1% tinha direito a advogados, onde os advogados entravam com ações nos bancos para diminuir parcelas dos empréstimos que os clientes faziam"
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